Esta semana a Latin NCAP divulgou os resultados dos Crash Tests dos compactos nacionais e os resultados foram perturbadores:
O Corsa Classic Sedan, que é o sedan mais vendido em números do Brasil, recebeu nota mínima em todos os quesitos (1 de 5 estrelas em cada categoria de segurança). Um carro que vende tanto e que é chamado pela Chevrolet de "O sedan da família brasileira" só pode estar querendo matar tal família!
Brincadeiras a parte, alguns podem pensar que os maus resultados se devem a falta de equipamentos como airbags em muitos populares nacionais. Mas a Questão vai muito além disso.
As próprias estruturas dos carros nacionais são frágeis: um veículo assim, numa batida, pode ter muito do equipamento que fica na sua parte frontal empurrado para trás. Daí não tem airbag que aguente um monte de barras de ferro indo em direção ao motorista!
O descontentamento com o equipamento é tanto que muitos motoristas tem aderido a "campanha do boicote": simplesmente pararam de comprar carro zero. Exatamente! Preferem comprar um carro usado de qualidade superior do que um popular zero km: pelado e, por que não dizer, mortal! Em protesto contra as montadoras e contra as leis de trânsito nacionais. Porque, pra quem não sabe, airbag e ABS não são caros não, mas as montadoras repassam esses equipamentos como opcional de luxo com preço de luxo para o cliente... E o brasileiro paga!
Prova disso? Segundo o Latin NCAP, o custo de produção de uma unidade de airbag é de US$ 50. Nos carros nacionais em que o item é opcional, geralmente amarrado a outros equipamentos (como o ABS), o preço sempre é superior a R$ 1.500.
É triste, aqui em casa temos um Classic e, de agora em diante, eu vou pensar duas vezes antes de sair com ele na estrada...
Enfim...
O Nissan March, que conta com duplo airbag de série, decepcionou ainda mais: 2 estrelas para os adultos e uma para as crianças. Na Europa, com alguns outros equipamentos de segurança, ele conseguiu quatro estrelas.
O órgão apontou que os compactos oferecem níveis de segurança semelhantes aos alcançados pelos automóveis europeus e estadunidenses há cerca de vinte anos. Curiosamente, a idade de alguns projetos como o do Classic, por exemplo. De toda forma, isso só demonstra que algumas montadoras insistem em vender carros com menos qualidade por aqui.
Quem acompanha o blog sabe que eu sou ferrenho defensor de carro usado, porém equipado. Taí mais um argumento a meu favor! Manutenção, meu amigo? Vá pastar! Aprenda a comprar um carro conservadinho, não é tão difícil assim! Deixe de ser preguiçoso!
Obs: Os testes de impacto frontal feitos a 64 km por hora contra um obstáculo deformável, que simulava outro automóvel. Essa velocidade é 8 km por hora mais alta do que a utilizada pela regulamentação das Nações Unidas de maneira a abranger as condições de colisão que provocam a maioria das mortes e lesões graves.
Fontes: Uol, Novidades Automotivas, Quadro Rodas.
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